Postado originalmente por
Rafa Davidson
Cerca de 45 mil vivem na miséria no Japão
Número de japoneses com renda inferior a ¥ 1 milhão por ano chegou a 3,6 milhões de pessoas em 2005
Tokyo - Bloomberg News
Aluguéis de apartamentos por ¥ 3 mil chega ao fim
Cena no Parque Ueno, em Tokyo
Hiroki Furukawa, refugia-se da chuva sob uma árvore no Parque Ueno (Tokyo) enquanto toma uma xícara de sopa doada por um grupo de caridade. "Não acredito que o governo se preocupe com pessoas como eu", disse o mendigo de 67 anos, que não tem onde morar desde que perdeu seu emprego de cozinheiro há cinco anos.
Furukawa faz parte de uma crescente classe social que já passa de 45 mil indigentes. Também é uma lembrança do reverso da política econômica de livre mercado promovida por Junichiro Koizumi. O número de japoneses que ganham menos de ¥ 1 milhão (US$ 8.500) por ano alcançou cerca de 3,6 milhões de pessoas em 2005, cifra 16% maior do que quando Koizumi chegou ao poder em 2001.
A tendência representa um dilema para o novo primeiro-ministro, Shinzo Abe, que substituiu Koizumi em setembro. "Abe é um conservador, e provavelmente não se afastará da política de livre mercado de Koizumi, o que indica que a diferença de rendas aumentará", disse Toshiaki Tachibanaki, professor de Economia da Universidade de Kyoto. "É possível que isso mude se existirem repercussões políticas e Abe acrediatar que pode perder as próximas eleições."
O governo do Japão, que tem estatísticas sobre quase tudo - desde o número de casas com ar condicionado até as datas em que as árvores florescem - realizou sua primeira pesquisa sobre indigentes apenas no ano de 2003. Os 25.296 mendigos levantados na época representam menos da metade do que calculam as organizações sem fins lucrativos que cuidam dos indigentes.
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