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Ver Versão Completa : Scage - Capacete conceito



lirowjp
14-10-08, 15:27
Pessoal, navegando por ai, encontrei esse projeto de um capacete inovador.
Achei interessante e decidi ajudar a divulgar, vai saber se aqui não entra algum fabricante de capacetes né! :#

Desculpem se já foi debatido, procurei no forum mas não achei, entao to postando . . .

http://www.vircoll.com/scage/index.php

http://www.vircoll.com/scage/imgs/img_whatscage_3.jpg

Célula de Proteção Craniana muda conceito dos capacetes de segurança

Um novo capacete, que imita o crânio, deve provocar mudanças nos conceitos desses dispositivos de segurança e contribuir para a redução de acidentes, especialmente de motociclistas.

Chamado de Célula de Proteção Craniana (CPC), com nome fantasia Scage, o capacete foi idealizado pelo neurocirurgião Maurício Paranhos Torres, de Campinas, São Paulo, com base em sua experiência em atender acidentados em hospitais.

Segundo relatou o neurocirurgião, alguns motociclistas chegavam ao hospital com a massa encefálica exposta, mas conseguiam caminhar em plena consciência. Outros sequer apresentavam lesões no couro cabeludo, porém, tinham conseqüências clínicas que levavam ao óbito ou ao estado vegetativo. Essas observações levaram o médico a estudar os capacetes disponíveis no mercado e a concluir que eles não oferecem a proteção necessária.

Para chegar ao projeto ideal de capacete, o médico reuniu suas pesquisas aos conhecimentos do químico especialista em impactos, José Roberto de Oliveira. Hoje, os pesquisadores têm uma empresa incubada na Incamp (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da UNICAMP), chamada Vircoll - Virtual Collisions, onde foi desenvolvido o protótipo do CPC. A patente está sendo negociada e já existem empresas interessadas no novo produto, que pode ser aplicado a qualquer dispositivo de proteção da cabeça, como capacetes motociclísticos, ciclísticos, esportivos, profissionais e balísticos.

Materiais e formatos diferenciados

Os pesquisadores optaram pelo poliuretano na fabricação da Célula de Proteção Craniana, pois o material oferece maior deformação no impacto e aumento do tempo de desaceleração. Em outras palavras, absorve para si a energia resultante de uma colisão. "Os capacetes de hoje, além de mais pesados (média de 1,5 kg), transferem grande quantidade de energia para o cérebro, o que aumenta a possibilidade de agravar acidentes", afirmou José Roberto. O CPC pesa 400 gramas a menos e foi projetado com áreas de apoio, posicionadas estrategicamente nos ossos do crânio e no corpo da mandíbula.

A retirada do capacete foi outro aspecto observado pelos pesquisadores. "Os capacetes convencionais são puxados para trás. Em caso de acidentes, esse movimento pode agravar ferimentos na cabeça ou lesões intracranianas, mas nosso capacete corrigiu essa deficiência", afirmou José Roberto.

Além de ampliar o campo de visão, o novo dispositivo não dá a sensação de cabeça pesada ou pendente. Também dispensa a chamada cinta jugular, que é exigida legalmente nos capacetes comuns. "Como o CPC encaixa-se na anatomia do queixo e na região occiptal do crânio do usuário, essa cinta é dispensável", finalizou o químico.

MarciON
14-10-08, 16:34
muito bom
e pensar q eu ja andei com capacete aberto.. :#

cassula
14-10-08, 16:40
gostei de duas coisas:
1º - desenvolvido por um médico, que apesar de não entnder de moto entende de cabeça.
2º - químico especialista em impactos? vou pensar nisso ao sair da graduação hahaha

tomara que dê certo, produto brazuca na linha :D

Lagartixxa
14-10-08, 17:31
capacete por mais anatomico que seja sem cinta jugular acho perigoso sair com o impacto da queda!

mas grande novidade ai pra gente, e o melhor de tudo que foi projetado por um brasileiro :OK:

otto
14-10-08, 17:51
muito legal, espero q lancem no mercado logo, e q o preço nao seja fora dos preços dos atuais :)

Tqf2
14-10-08, 18:57
Gostei do "projeto" hein........

Tomara que vá pra frente.........

Rodrigo_Alves
14-10-08, 19:43
Opa, um projeto totalmente desenvolvido no Brasil! Espero que dê certo e, caso venha ao mercado, não tenha um custo proibitivo para o "povão" que anda de moto e depende dos capacetes que as concessionárias dão de brinde (que, para mim, é bom só para andar de bicicleta motorizada).

lion
15-10-08, 08:54
ansioso pela entrada desse produto no mercado...
:clap:

Santo Cristo - Poa
15-10-08, 09:02
adorei o projeto, até o design dele é bonito

exfof
15-10-08, 11:39
ñ sei como n pensaram nisso antes :)

VENOM
15-10-08, 18:21
muito legal, espero q lancem no mercado logo, e q o preço nao seja fora dos preços dos atuais :)


Se tiver a eficiência comprovada, pode custar 2000 reais que eu faço da tripas coração pra comprar hehe... Melhor que pagar 1500 num Shark, Arai e etc... Basicamente por estética e griffe.

Volverine MF
15-10-08, 18:39
Muito interessante, mas acho que é bem capaz da industrialização ser financiada por alguma multinacional e ele acabar sendo lançado no exterior 1º e só depois de alguns anos vir parar aqui, carregado de grife, custando mais que um Shark, Arai, Shoei, etc.

De qlqr forma, é muito legal, só o fato de mais ma vez ver do que é capaz nossos cientistas, além do fato de vermos que nem todo mundo está contra nós, motociclistas.

José Roberto de Oliveira
04-01-09, 02:15
Olá Amigos participantes do forum! :)

Sou o químico responsável pelo desenvolvimento do material específico para absorção de impacto do capacete conceito denominado Scage. E, também por acaso, qdo estava verificando um problema de disponibilidade à url do website da Vircoll, encontrei as suas respectivas citações neste forum. Apesar de tal projeto não mais me pertencer legalmente, fiquei bastante satisfeito com aquilo que li em cada comentário que vocês fizeram.
Caso vocês queiram, isto é, mediante nossas possibilidades para disponibilizar tempo, me coloco aberto para debatermos as peculiaridades do conceito do capacete.
Aproveitando, feliz ano 2009!! []s

jro
[email protected]
[email protected]
skype:huntbyscent4

Christian
04-01-09, 10:04
Interessante deve ser pelos comentários, mas alguém consegue uma foto dele, já que a página está fora do ar?

Abraços!

Seba
04-01-09, 11:12
http://www.incamp.unicamp.br/ca.jpg

Furious VIPER
04-01-09, 13:30
Capacete sem cinta-jugular? Hum... como será o sistema de fixação? Já q disseram q é anatômico, pode ser pela linha do pescoço... tá com cara de ser bem legal. Só aguardo mais informações!

thiago proton.
04-01-09, 14:05
:drool:

higoff
04-01-09, 14:32
Por exemplo: como ele se comporta nos testes exigidos para os capacetes atuais. Tem até um teste específico para a cinta jugular que este não disporia. Teria que ser feita uma alteração na legislação para que este capacete entrasse no mercado brasileiro?


Acho muito mais simples COLOCAR a cinta no projeto.
Duvido que a legislação seja alterada por causa de um produto específico.
E a cinta nem deve alterar muito o preço final do produto.

O que vc nos diz, José Roberto ?

Abs !

BrunoDias
04-01-09, 14:55
Equipamento feito em plástico imita a estrutura do crânio e protege mais, absorvendo os impactos

Raquel Lima
DA AGÊNCIA ANHANGÜERA
[email protected]

Os plantões que o neurocirurgião Maurício Paranhos Torres fez no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostraram a ele que a complexa estrutura do corpo humano poderia ser reproduzida e empregada para proteger, veja só, o próprio corpo humano. Durante a residência médica, Torres presenciou vários casos de traumatismos graves da cabeça, com fraturas extensas e até mesmo perda de massa óssea, mas com o cérebro íntegro e em perfeitas condições. Foi então que percebeu que o crânio é um excelente capacete.

Os atuais modelos do equipamento de segurança passaram a ser estudados pelo médico. A conclusão do trabalho, que teve início na década de 90, foi que os capacetes vendidos no mercado possuem “deficiências conceituais e deixam a desejar”. “As indústrias fazem o produto simplesmente para atender normas”, afirmou Torres.

Segundo recente relatório da Empresa de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), 69% dos ocupantes das motos sofrem algum tipo de lesão, contra 15% dos demais veículos. Além disso, as mortes entre os motociclistas de Campinas subiram 47,6% em 2005 se comparado a 2004, passando de 21 para 31 casos.

A principal deficiência dos capacetes que hoje estão disponíveis no mercado, segundo o neurocirurgião, é que eles são resistentes, mas não tão capazes de absorver impactos. Ou seja, os capacetes atuais são considerados duros demais. “O que não significa que devem deixar de ser usados”, enfatizou Torres.

Numa parceria com o químico José Roberto de Oliveira, estudioso de materiais para absorção de impactos, Torres projetou um capacete que promete ser capaz de absorver melhor os choques na cabeça, pois sua tecnologia evita que o cérebro receba a energia aplicada na colisão. Invenção totalmente inspirada no crânio humano, a célula de proteção craniana” é chamada de Scage (Super Cage).

O primeiro diferencial do novo capacete é o seu material de fabricação. Apesar de ainda não ser divulgado com detalhes por Torres, por uma questão de sigilo industrial, trata-se de um polímero (plástico), isopor e um material borrachudo. É bem mais leve que os materiais atualmente utilizados (como fibra de vidro e carbono), reduzindo a massa e, consequentemente, a força rápida da colisão.

Energia

Outra característica do Scage é que seu material dispersa a energia do impacto, distribuindo a quantidade de energia inicial sobre o crânio. Além disso, a invenção se apoia em regiões da cabeça com maior capacidade de absorção de energia. “O Scage é 30% menor, 35% mais leve e 35% mais eficiente que os capacetes já conhecidos”, garante Torres.

O novo capacete protege mais a face e a parte posterior da junção da cabeça com a coluna cervical. “Ele tende ficar mais fixo na cabeça, mas permitindo os movimentos”, explicou.

Torres ressaltou que o novo modelo de capacete não é restrito aos usuários de motocicletas, mas também poderá ser usado na construção civil, na prática de esportes e como equipamento de segurança militar.

Atualmente, a Vircoll, empresa especializada em testes de impactos ligada à Incubadora de Empresas da Unicamp (Incamp), trabalha no aperfeiçoamento do Scage. “Agora estamos abertos a interesses comerciais”, afirmou o neurocirurgião, diretor científico da Vircoll.

Em outubro do ano passado, a empresa expôs um protótipo do Scage no Salão Duas Rodas, em São Paulo.

O NÚMERO

63 MIL. É a quantidade de motos que Emdec estima que foram registradas em Campinas em 2005

Produto deverá chegar em breve ao mercado

Médico já está negociando a fabricação em escala do Scage com uma empresa do ramo

O Scage pode chegar ao mercado a curto prazo. Segundo a reportagem do Cenário XXI apurou, a mesma empresa que construiu e desenvolveu o protótipo do novo capacete está interessada em colocar o produto à disposição do consumidor. A empresa, localizada na região de Piracicaba, confirmou estar em negociação com o neurocirurgião Maurício Paranhos Torres.

Um representante da empresa disse que “tem de admitir que a fibra de vidro, por sua estrutura mecânica, seria o melhor material para se fazer capacetes, mas o plástico tem melhor capacidade de absorção, além de ser mais barato.”

“Acredito que esse novo material vai revolucionar o conceito de capacete”, completou o representante. Segundo ele, a empresa analisa se o produto proposto por Torres atende às normas técnicas e a relação custo-benefício. “Não vejo problemas na produção. Se estiver tudo certo em relação às normas, creio que o produto poderá estar no mercado em dois ou três meses. Já se for necessária alguma modificação técnica, poderemos levar de um a dois anos para acertar o problema”, explicou.

Normas

A portaria n 86 do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), de 24 de abril de 2002, institui, no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC), a certificação compulsória de capacetes de proteção para ocupantes de motocicletas e similares que são comercializados no País.

De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito, não usar capacete é considerado uma infração gravíssima. O motorista que desrespeitar a legislação recebe multa de 180 UFR (R$ 191,54), perde sete pontos na carteira e seu direito de dirigir é suspenso.

Mais informacões clique aqui.

José Roberto de Oliveira
14-01-09, 00:02
A página está indisponível. :(

José Roberto, acho que a maioria não teria condições de discutir sobre este assunto - eu, pelo menos, não tenho - mas seria interessante que você desse mais algumas dicas sobre este conceito.

Por exemplo: como ele se comporta nos testes exigidos para os capacetes atuais. Tem até um teste específico para a cinta jugular que este não disporia. Teria que ser feita uma alteração na legislação para que este capacete entrasse no mercado brasileiro?


A idéia do capacete conceito foi estudada pela maior empresa ocidental de capacetes para motociclistas. Eu fui colaborador dessa empresa durante anos, período em que era responsável por pesquisa & desenvolvimento de novas matérias-primas e seus respectivos processos e técnicas de transformação para viabilidade dos meios produtivos. Na ocasião que o neurocirurgião veio com a idéia revolucionária do capacete conceito, que futuramente se denominaria Scage, muito já havíamos apanhado com relação as variantes para as diferentes normas. A nossa visão técnica, como desenvolvedor, era que os capacetes deveriam atender diferentes normas em diferentes países. Assim, diante de um paradoxo técnico, já que a essência do capacete não é apenas minimizar a energia decorrente do momento do impacto, mas sim absorver uma dada quantidade de energia decorrente de uma colisão, um certo capacete pode passar em uma norma brasileira, NBR-7471, e não necessariamente passar numa ECE22-05, na europa, ou numa SNELL, nos EUA, ou numa FIA. O recíproco também pode ocorrer, isto é, um capacete que passa em outra norma, pode não passar "tranquilamente" na nossa NBR-7471. O porque disso tem a ver com os materiais atualmente utilizados mundialmente na fabricação dos cascos e com o que as normas colocam como requisitos a serem atendidos durante os testes que se diferem em essência. Entre esses testes também está aquele relativo ao "não-descalçamento" quando submetido a uma determinada tração por um cabo que direciona a força para descalçar o mesmo, retirando-o, da cabeça metálica, em alumínio, quando a trama da cinta-jugular excede a um determinado alongamento da trama da cinta. Isso avalia a qualidade da cinta, quer seja em material utilizado (poliester, polipropileno, etc.), a qualidade da sua fabricação e a posição adequada de fixação das mesmas através de rebites nas laterais internas do capacete. A norma está correta em prever um teste para que se normalize a qualidade do calçamento, assim como também o não-descalçamento do capacete. O conceito, porém, é que o capacete não saia da cabeça durante um impacto, para que o mesmo possa cumprir a sua função de absorção de energia durante rebotes após a primeira colisão. Não obstante, atualmente se compram capacetes pela estética, beleza, acabamento, isto é, está mais para a razão áurea por Fibonacci, do que para a sua funcionalidade. Notemos que poucos são aqueles que compram capacetes com números bastante pequeno para que o mesmo fique calçado de modo bastante justo para que não saia da cabeça e nem se movimente quando em uso, devido a velocidade que se anda com a moto. Mas acredito que num futuro não muito remoto compraremos capacetes de maneira mais técnica e menos estética. Nessa época talvez chegaremos numa loja e falaremos assim: "Tenho uma massa corpórea de X Kg e quero proteção para uma velocidade de Y Km/h; você poderia tirar as medidas do meu crânio. Quando poderei pegar o capacete?". |:( Quando testamos os capacetes no Drop-test, queda direcionada com cabos metálicos, mensuramos a dificuldade pelas condições do casco (à frio = -20ºC; à quente = +50ºC, úmido), pelo formato da plataforma de impacto (plano, hemisférico e "cunha") e, obviamente, pela quantidade de energia potencial, dada em Joules, dada pela altura em que o capacete calçado na cabeça metálica cairá. Se você testa um capacete com 220J (Joules), que tal você utilizá-lo impactanto com uma energia muito maior? As normas também sofrem um processo de evolução e assim o será quando houver necessidade.
Ah! Me desculpe pela demora para escrever a resposta. O dia tem sido curto demais para fazer tudo o que eu gostaria. :)