edumrq
18-12-10, 11:11
Vejam como o mercado brasileiro de motocicletas cresceu pra baralho!
Galera, outro dia, em outro topico, que eu não lembro, em determinado momento o Furious falou de como o mercado brasileiro de motos melhorou, quantas opções disponiveis temos hoje e quantas tinhamos a uns 10 anos atras, ele tinha razão, a coisa melhorou muuuito
Achei um texto muito legal do Tite, ele esta com uma coluna no site bestcars muuuito boa mesmo, tem gente que não gosta do cara eu to gostando, enfim vejam o texto
Mercado Aberto
Depois de muitas fases, crises e planos economicos, o Brasil chega a maturidade com vendas em alta e muitas opções ao consumidor
por Geraldo Tite Simões
Desde a minha adolescência motociclística, ficava imaginando quando o mercado brasileiro chegaria ao nível do italiano, com centenas de opções de motos, scooters e ciclomotores. Isso foi no começo dos anos 70. Passamos por momentos de crescimento discreto, vários planos econômicos doidões, crises catastróficas e hoje, 36 anos após a implantação da primeira fábrica brasileira de motos, a Yamaha, parece que chegamos àquele meu sonhado futuro.
Passei pelos mais importantes momentos do mercado brasileiro de motos:
1) Nossa fase pré-industrial, quando as motos eram importadas livremente e o volume era muito pequeno. A maioria usava motos para lazer e turismo, já que o trânsito (ainda) não era tão caótico nos anos 70.
2) A fase industrial e o fechamento dos portos. Parece uma grande conspiração cósmica, mas quando fiz 16 anos, já de olho nas motos maiores como as desejáveis Hondas CB 750 Four, o governo (ainda sob a direção militar) decidiu proibir uma enorme lista de artigos considerados supérfluos, como forma de incentivar a indústria nacional. Por sorte eu já tinha uma CB 400 Four que passaria muito tempo na minha mão, por não ter uma substituta à altura. Foi nesta época que a Yamaha começou a produzir em Guarulhos, SP e dois anos depois a Honda montaria uma unidade na Zona Franca de Manaus, AM.
3) Logo após a inauguração das duas fábricas, entramos na fase das cinquentinhas e 125. O mercado brasileiro descobriu a moto como meio de transporte econômico, rápido e eficiente. No começo dos anos 80 o mercado brasileiro já dava mostras de um enorme potencial, caminhando facilmente para a cifra de 100 mil motos por ano. Em 1980 a Honda lançou a CB 400, nossa maior moto feita aqui. Seis anos depois chegaram a Honda CBX 750 F e a Yamaha RD 350. Parecia que entraríamos no primeiro mundo motociclístico.
4) Mesmo sendo "impichado" em praça pública, o collorido Fernandinho nos libertou das carroças ao abrir os portos para veículos, em 1990. Vimos descer nos portos de Santos e Paranaguá motos até então impensáveis como Kawasaki Ninja, Honda CBR 600 e 1100, Suzuki GSX-R, Yamaha FZ, BMW. A demanda reprimida fez alguns desesperados pagarem até US$ 100 mil por uma dessas motos! Nunca antes na história deste País poucos importadores ganharam tanto dinheiro.
5) Essa festa dos importadores começou a fazer água poucos anos depois, quando as grandes marcas passaram a trazer seus produtos diretamente, sem intermediadores.
6) Finalmente chegamos ao século XXI e o mercado nacional passou à casa das 100 mil motos por mês. As motos deixaram de ser essencialmente objeto de lazer e viraram meio de vida, as marchas chinesas chegaram e caminhamos a passos largos para atingirmos o terceiro lugar no ranking de países fabricantes, perdendo apenas para China e Índia.
Na última reunião da Abraciclo — associação que reúne os fabricantes de motos e bicicletas — vimos que a pequena “marola” que atingiu o mercado brasileiro no fim de 2009 já ficou no passado. Em 2010 deveremos chegar a 1,8 milhão de motos produzidas (sem contar as importadas por empresas não associadas) para um mercado com potencial para absorver quatro milhões de motos por ano. Ou seja, ainda temos uma procura maior do que a oferta e o gargalo está basicamente na capacidade produtiva das fábricas.
Curiosidades da Abraciclo
Para quem não gosta de notícias ao estilo da finada Gazeta Mercantil, vamos às curiosidades reveladas na última apresentação da Abraciclo, lembrando que são dados de venda no atacado, ou seja, das fábricas para as concessionárias:
a) A moto mais vendida no Brasil no primeiro semestre de 2010 foi a Honda CG 125 Fan, com a cifra de 207.245 unidades.
b) A menos vendida foi a Sundown Motard 125, com apenas UMA unidade faturada nos seis meses.
c) A briga entre os scooters está quente, com 7.832 unidades do Suzuki* Burgman 125 contra 7.621 unidades da Honda Lead.
d) Entre os associados da Abraciclo, o ranking mostra a Honda no primeiro lugar; depois vêm Yamaha, Suzuki*, Dafra, Traxx, Kasinski, Sundown, Kawasaki e Harley-Davidson.
e) A extinta Buell ainda aparecia nos dados da associação, com 14 unidades faturadas em 2010.
f) Apenas duas Triumphs Daytona 675 foram faturadas neste período, o que pressupõe que as que estão à venda são de um grande estoque.
g) A Honda menos vendida neste período foi a Shadow 750.
h) A Yamaha mais vendida foi a Factor 125 e a menos vendida foi a Fazer 600 S, com 200 unidades. Surpreende que a segunda mais vendida da marca seja a Fazer 250 (uma moto que acho perfeita para uso na cidade), com 17.964 unidades. É a 250 mais vendida do mercado.<br>
i) Foram emplacadas uma Suzuki GSX 750 F nesses seis meses de 2010 e cinco Katanas 125 (que deveriam estar escondidas em alguma garagem...).
j) A Kawasaki Ninja 250 está indo de vento em popa, com 2.290 unidades faturadas no período, contra 2.114 da concorrente Kasinski Comet (somando GT-R e GT).
k) O motociclista brasileiro ainda não dá importância ao freio antitravamento (ABS). A Honda CB 300 com ABS só chegou a 3.982 unidades, contra 37.844 da versão sem ABS.
l) Chega porque o alfabeto está acabando...
Olhando para esses dados e, mais ainda, para a tabela de preços que incluem as marcas não associadas à Abraciclo, posso confessar aliviado: finalmente chegamos à maturidade com que eu sonhava aos 12 anos de idade. Hoje está cada vez mais difícil escolher uma moto.
Só na categoria 600-750 são tantas opções que admito ser incapaz de apontar qual é a melhor compra. Acho mesmo que é o segmento mais concorrido, com modelos esportivos, sem carenagem (naked), de uso misto e até a esquisita Kawasaki Versys sem uma categoria definida. E se estendermos essa faixa até 800 cm³ ainda complica mais.
Confesso que, toda vez que alguém faz aquela famosa pergunta “qual moto compro na faixa 600-750?”, fico desesperado, porque são tantas opções que só mesmo experimentando todas elas para decidir. Além das opções mais conhecidas, ainda há as Kasinskis Comet e Mirage 650, dois misteriosos e interessantes produtos que a gente só vê na tabela da Abraciclo. Já pilotei as duas e são produtos bem válidos, desde que a marca obedeça um preço sensato e não a sandice que estavam praticando na época de Abrahão Kasinsky.
E vamos torcer para que a briga não pare por aí. Sabe-se que muitas marcas estão de olho no mercado brasileiro, na certeza de chegar na cifra de oito milhões de unidades por ano até 2020, como prevê o novo presidente da Abraciclo, Jaime Matsui. Amém!
(*) Os dados da Suzuki são de emplacamentos, já que a empresa não forneceu os dados oficiais a tempo para a contabilização da Abraciclo.
PS: onde arranjaram 5 katanas zero?
Galera, outro dia, em outro topico, que eu não lembro, em determinado momento o Furious falou de como o mercado brasileiro de motos melhorou, quantas opções disponiveis temos hoje e quantas tinhamos a uns 10 anos atras, ele tinha razão, a coisa melhorou muuuito
Achei um texto muito legal do Tite, ele esta com uma coluna no site bestcars muuuito boa mesmo, tem gente que não gosta do cara eu to gostando, enfim vejam o texto
Mercado Aberto
Depois de muitas fases, crises e planos economicos, o Brasil chega a maturidade com vendas em alta e muitas opções ao consumidor
por Geraldo Tite Simões
Desde a minha adolescência motociclística, ficava imaginando quando o mercado brasileiro chegaria ao nível do italiano, com centenas de opções de motos, scooters e ciclomotores. Isso foi no começo dos anos 70. Passamos por momentos de crescimento discreto, vários planos econômicos doidões, crises catastróficas e hoje, 36 anos após a implantação da primeira fábrica brasileira de motos, a Yamaha, parece que chegamos àquele meu sonhado futuro.
Passei pelos mais importantes momentos do mercado brasileiro de motos:
1) Nossa fase pré-industrial, quando as motos eram importadas livremente e o volume era muito pequeno. A maioria usava motos para lazer e turismo, já que o trânsito (ainda) não era tão caótico nos anos 70.
2) A fase industrial e o fechamento dos portos. Parece uma grande conspiração cósmica, mas quando fiz 16 anos, já de olho nas motos maiores como as desejáveis Hondas CB 750 Four, o governo (ainda sob a direção militar) decidiu proibir uma enorme lista de artigos considerados supérfluos, como forma de incentivar a indústria nacional. Por sorte eu já tinha uma CB 400 Four que passaria muito tempo na minha mão, por não ter uma substituta à altura. Foi nesta época que a Yamaha começou a produzir em Guarulhos, SP e dois anos depois a Honda montaria uma unidade na Zona Franca de Manaus, AM.
3) Logo após a inauguração das duas fábricas, entramos na fase das cinquentinhas e 125. O mercado brasileiro descobriu a moto como meio de transporte econômico, rápido e eficiente. No começo dos anos 80 o mercado brasileiro já dava mostras de um enorme potencial, caminhando facilmente para a cifra de 100 mil motos por ano. Em 1980 a Honda lançou a CB 400, nossa maior moto feita aqui. Seis anos depois chegaram a Honda CBX 750 F e a Yamaha RD 350. Parecia que entraríamos no primeiro mundo motociclístico.
4) Mesmo sendo "impichado" em praça pública, o collorido Fernandinho nos libertou das carroças ao abrir os portos para veículos, em 1990. Vimos descer nos portos de Santos e Paranaguá motos até então impensáveis como Kawasaki Ninja, Honda CBR 600 e 1100, Suzuki GSX-R, Yamaha FZ, BMW. A demanda reprimida fez alguns desesperados pagarem até US$ 100 mil por uma dessas motos! Nunca antes na história deste País poucos importadores ganharam tanto dinheiro.
5) Essa festa dos importadores começou a fazer água poucos anos depois, quando as grandes marcas passaram a trazer seus produtos diretamente, sem intermediadores.
6) Finalmente chegamos ao século XXI e o mercado nacional passou à casa das 100 mil motos por mês. As motos deixaram de ser essencialmente objeto de lazer e viraram meio de vida, as marchas chinesas chegaram e caminhamos a passos largos para atingirmos o terceiro lugar no ranking de países fabricantes, perdendo apenas para China e Índia.
Na última reunião da Abraciclo — associação que reúne os fabricantes de motos e bicicletas — vimos que a pequena “marola” que atingiu o mercado brasileiro no fim de 2009 já ficou no passado. Em 2010 deveremos chegar a 1,8 milhão de motos produzidas (sem contar as importadas por empresas não associadas) para um mercado com potencial para absorver quatro milhões de motos por ano. Ou seja, ainda temos uma procura maior do que a oferta e o gargalo está basicamente na capacidade produtiva das fábricas.
Curiosidades da Abraciclo
Para quem não gosta de notícias ao estilo da finada Gazeta Mercantil, vamos às curiosidades reveladas na última apresentação da Abraciclo, lembrando que são dados de venda no atacado, ou seja, das fábricas para as concessionárias:
a) A moto mais vendida no Brasil no primeiro semestre de 2010 foi a Honda CG 125 Fan, com a cifra de 207.245 unidades.
b) A menos vendida foi a Sundown Motard 125, com apenas UMA unidade faturada nos seis meses.
c) A briga entre os scooters está quente, com 7.832 unidades do Suzuki* Burgman 125 contra 7.621 unidades da Honda Lead.
d) Entre os associados da Abraciclo, o ranking mostra a Honda no primeiro lugar; depois vêm Yamaha, Suzuki*, Dafra, Traxx, Kasinski, Sundown, Kawasaki e Harley-Davidson.
e) A extinta Buell ainda aparecia nos dados da associação, com 14 unidades faturadas em 2010.
f) Apenas duas Triumphs Daytona 675 foram faturadas neste período, o que pressupõe que as que estão à venda são de um grande estoque.
g) A Honda menos vendida neste período foi a Shadow 750.
h) A Yamaha mais vendida foi a Factor 125 e a menos vendida foi a Fazer 600 S, com 200 unidades. Surpreende que a segunda mais vendida da marca seja a Fazer 250 (uma moto que acho perfeita para uso na cidade), com 17.964 unidades. É a 250 mais vendida do mercado.<br>
i) Foram emplacadas uma Suzuki GSX 750 F nesses seis meses de 2010 e cinco Katanas 125 (que deveriam estar escondidas em alguma garagem...).
j) A Kawasaki Ninja 250 está indo de vento em popa, com 2.290 unidades faturadas no período, contra 2.114 da concorrente Kasinski Comet (somando GT-R e GT).
k) O motociclista brasileiro ainda não dá importância ao freio antitravamento (ABS). A Honda CB 300 com ABS só chegou a 3.982 unidades, contra 37.844 da versão sem ABS.
l) Chega porque o alfabeto está acabando...
Olhando para esses dados e, mais ainda, para a tabela de preços que incluem as marcas não associadas à Abraciclo, posso confessar aliviado: finalmente chegamos à maturidade com que eu sonhava aos 12 anos de idade. Hoje está cada vez mais difícil escolher uma moto.
Só na categoria 600-750 são tantas opções que admito ser incapaz de apontar qual é a melhor compra. Acho mesmo que é o segmento mais concorrido, com modelos esportivos, sem carenagem (naked), de uso misto e até a esquisita Kawasaki Versys sem uma categoria definida. E se estendermos essa faixa até 800 cm³ ainda complica mais.
Confesso que, toda vez que alguém faz aquela famosa pergunta “qual moto compro na faixa 600-750?”, fico desesperado, porque são tantas opções que só mesmo experimentando todas elas para decidir. Além das opções mais conhecidas, ainda há as Kasinskis Comet e Mirage 650, dois misteriosos e interessantes produtos que a gente só vê na tabela da Abraciclo. Já pilotei as duas e são produtos bem válidos, desde que a marca obedeça um preço sensato e não a sandice que estavam praticando na época de Abrahão Kasinsky.
E vamos torcer para que a briga não pare por aí. Sabe-se que muitas marcas estão de olho no mercado brasileiro, na certeza de chegar na cifra de oito milhões de unidades por ano até 2020, como prevê o novo presidente da Abraciclo, Jaime Matsui. Amém!
(*) Os dados da Suzuki são de emplacamentos, já que a empresa não forneceu os dados oficiais a tempo para a contabilização da Abraciclo.
PS: onde arranjaram 5 katanas zero?