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Ver Versão Completa : Vocês conhecem o Adú Celso?



wgr
17-02-06, 21:01
Esse eh um artigo do L.A. Pandini que fala sobre o Adu Celso, um cara que foi campeao brasileiro na Europa nos anos 70


Tem certas coisas que não se pode deixar para “depois”.

Foi essa a sensação que tive quando abri o “Grande Prêmio” e li a notícia da morte de Adu Celso. Nos últimos dois anos, eu pensei várias vezes em ir a Santos e aproveitar a visita à minha terra natal para fazer uma entrevista com Adu. Para isso, porém, precisaria de pelo menos um dia inteiro disponível, e acabei adiando os planos. Agora é tarde: vou ficar sem ouvir as histórias do primeiro brasileiro a vencer um GP válido pelo Campeonato Mundial de Motovelocidade (GP da Espanha, em Jarama, em 1973, na categoria 350 cm³).

Foi graças a Adu que “descobri” o motociclismo, quase ao mesmo tempo que o automobilismo. Nunca o vi correr de moto. Em 1978, ele já estava na Fórmula Volkswagen 1600 (ou Super-Vê, como era mais conhecida e que foi seu nome oficial até 1975). Mas a leitura das revistas de anos anteriores me fez ter enorme simpatia por este personagem singular. Garoto com dez anos de idade, eu me impressionei bastante com a figura de Adu e seu capacete preto com uma cruz vermelha pintada na altura da testa. Aquela composição me transmitia uma imagem guerreira, mas ao mesmo tempo sóbria e elegante.

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Imagem e assinatura de Adu usadas pela Quatro Rodas, que publicava seus depoimentos.

Adu (Eduardo Celso Santos, na certidão de nascimento) não era o motociclista típico de sua época. De família rica, não andava de moto na rua: no começo da década de 1970, deslocava-se por São Paulo a bordo de um Ford Galaxie. E começou a correr tendo até mesmo um certo apoio familiar. Adu preparava sua moto em uma oficina montada na própria casa onde morava com os pais. Esse apoio só cessou quando as notas do boletim escolar revelaram claramente quais eram as prioridades daquele jovem. O pai não teve dúvidas em trancar a oficina com a moto dentro. Mas Adu, já prevendo o castigo, havia tomado precauções: desmontou sua moto de corrida e escondeu as peças e ferramentas nos armários de seu quarto. Na oficina, ficou uma moto que Adu montou às pressas usando peças velhas.

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Uma das últimas fotos de Adu Celso: em 2004, montado na Yamaha TZ 350 restaurada por um empresário paulista.

Em 1970, Adu foi correr na Europa em companhia de outro brasileiro, Luiz Celso Giannini. Não tinham sequer a documentação necessária: a Confederação Brasileira de Motociclismo estava suspensa pela Federação Internacional de Motociclismo devido às confusões ocorridas durante o “GP do IV Centenário”, disputado em Interlagos em 1954. O espanhol Nicolas del Valle, dirigente da FIM, recomendou aos brasileiros que se filiassem à federação da Holanda, na época um dos centros mais avançados do motociclismo europeu. Dessa forma, Adu e Giannini poderiam tomar parte das corridas européias e também do Mundial. Foram tão bem recebidos que durante um bom tempo a moto de Adu ostentou as bandeiras dos dois países, Brasil e Holanda.

Naquela época, o Mundial tinha seis categorias e as principais eram a 500 cm³ e a 350 cm³. Muitos pilotos corriam em ambas, inclusive as feras como Giacomo Agostini, Phil Read e Jarno Saarinen. Adu iniciou sua participação em 1971, disputando as categorias 250 cm³ e 350 cm³. Em ambas, a moto mais utilizada por pilotos particulares era a Yamaha TR – substituída em 1972 pela TZ, um “foguetinho” com a qual era possível percorrer as curvas 1 e 2 de Interlagos a mais de 200 km/h.

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O histórico pódio da categoria 350 cm3 no GP da Espanha de 1973: Adu entre o francês Patrick Pons (3º colocado, à esquerda) e o irlandês Billie Nelson (2º colocado, à direita). Billie morreu em 1974, durante o GP da Iugoslávia de 250cm3; Pons morreu durante o GP da Inglaterra de 1980, na categoria 500 cm3

Em 1974, Adu continuou na 350 cm³ e passou a disputar também a 500 cm³ com uma moto adaptada (uma Yamaha 350 com a cilindrada aumentada). Em ambas, destacou-se pelas suas largadas-relâmpago – e largar bem era algo mais difícil naqueles tempos, pois as motos só podiam ser ligadas após a bandeira abaixar. Em julho, Adu fraturou as pernas em um acidente de carro em uma estrada na Holanda. Ficou fora das pistas até o final do ano. Em fevereiro, Adu havia disputado a Taça Centauro, na época uma das competições mais importantes do motociclismo brasileiro. Foi vice-campeão depois de muitas disputas com o sueco Kent Andersson, bicampeão mundial na categoria 125 cm³. Durante sua estada no Brasil, Andersson ficou hospedado na casa de Adu e ambos prepararam suas motos na mesma garagem.

Depois disso, Adu passou a se dedicar mais às competições brasileiras e latino-americanas, embora prosseguisse no Mundial até 1976. Estreou na Super-Vê no ano seguinte, quando já havia voltado definitivamente para o Brasil. Sua última corrida oficial de moto foi a Taça Centauro de 1979. Vi, pela televisão, as duas vitórias que ele conquistou no automobilismo, já com a Super-Vê transformada em Fórmula 2 Brasil: em Interlagos, em 1982, numa prova que foi disputada pelo anel externo, e em Tarumã, na abertura do campeonato de 1983. Por coincidência, um de seus preparadores nessa fase era João Alfran, morto no começo deste ano e a quem dediquei minha primeira coluna deste ano.

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Com a Yamaha TZ 350 durante uma etapa do Campeonato Mundia de 1974

Adu parou de correr no final de 1984 e passou a cuidar de seus empreendimentos imobiliários. Mereceu pelo menos duas homenagens antes de morrer: em 1998, participou do Centenial TT, em Assen, na Holanda, como convidado da FIM, e no ano passado, quando um empresário paulista finalizou a restauração de uma das Yamaha TZ 350 usadas por Adu Celso em sua carreira. Pelos relatos desse empresário, Adu vivia muito bem e tocava sua vida sem qualquer traço de saudosismo em relação ao passado.

morte de Adu, ocorrida no dia 6 de fevereiro (em pleno domingo de carnaval), foi descoberta por um leitor do site www.motosclassicas70.com.br, e noticiada apenas por esse site e pelo nosso companheiro Flávio Gomes, do Grande Prêmio, que escreveu/falou sobre Adu nos veículos para os quais trabalha. Os outros órgãos da mídia esportiva não dedicaram uma linha a este pioneiro. Deviam estar muito ocupados tentando descobrir detalhes do casamento de Ronaldo Nazário e Daniela Cicarelli.

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Ken Andersson (nº 1) e Adu Celso (nº 4) em Interlagos, durante uma das três etapas da Taça Centauro de 74. Andersson foi campeão e Adu, vice.

Felizmente ainda existem pessoas com bom humor no automobilismo. Estive ontem (terça-feira, 15 de fevereiro) na entrevista coletiva com a dupla brasileira que vai disputar a nova categoria GP2, sucessora da F-3000: Nelsinho Piquet e Xandinho Negrão, que correrão na mesma equipe, a Hitech Piquet Sports. Além dos dois “meninos”, a mesa era composta pelos pais Nelson e Xandy, duas figuras que não perdem uma oportunidade para fazer uma gozação.

A certa altura, uma repórter perguntou a Piquet o que ele achava de Nelsinho ter declarado que seu estilo era mais parecido com o de Ayrton Senna que com o do próprio pai. Resposta: “Você interpretou mal. O que o Nelsinho quis dizer é que ele é educado como o Senna e não como eu, que vivo mandando todo mundo tomar no ** a toda hora...”. Risadas gerais.

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Com o Muffatão-VW de Fórmula 2 em 1983

Piquet não se fez de rogado. Com um sorriso maroto, pôs a mão no ombro de Betto e respondeu: “Olha, eu vou te falar uma coisa: eu tô CAGANDO para a minha imagem. Nunca dei importância a esse tipo de coisa, não é agora que vou começar a me preocupar com isso...”. Mais risadas na rodinha... E a certeza de que a cabeça de Nelson vai muito bem, obrigado.

Já passou tanto tempo que, aparentemente, não há nada mais a comentar sobre a escolha da Williams-BMW, que preferiu Nick Heidfeld e não Antonio Pizzonia para formar dupla com Mark Webber na temporada de 2005. Aqui no GPtotal, poucos leitores demonstraram inconformismo com a decisão. As reações variaram entre a aceitação serena dos fatos e um certo desdém (que considero injusto) por Pizzonia.

Mas há algo que me intriga. No começo de 2004, já estava confirmado que Juan Pablo Montoya seria da McLaren em 2005, e qualquer um sabia que Ralf Schumacher também não permaneceria na Williams. Frank e Patrick contrataram primeiro Mark Webber e, depois, Jenson Button. Em outubro de 2004, a FIA analisou o contrato de Button com a BAR e confirmou que o inglês não poderia guiar para a Williams em 2005. Somente aí a Williams considerou a hipótese de colocar Pizzonia como titular, mas não sem antes chamar Anthony Davidson (piloto de testes da BAR) e Nick Heidfeld para um tira-teima com o brasileiro. Como a BAR não liberou Davidson, sobraram apenas o brasileiro e o alemão.

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A cruz de Lorena, amuleto que Adu pintou em seu capacete.

Leio e ouço, aqui e acolá, que Frank Williams e Patrick Head têm Pizzonia em alta conta. Devem ter mesmo: afinal, eles defenderam o brasileiro e lhe deram guarida após a demissão da Jaguar. Então, pergunto (e por favor notem que a pergunta continuaria válida mesmo que Pizzonia tivesse sido escolhido depois do confronto contra Heidfeld): por que a Williams deixou de confirmar Pizzonia como titular quando havia não uma, mas DUAS vagas em aberto?

Sobre a “pressão da BMW” pela escolha de Heidfeld, faço duas observações: 1) Tal pressão é absolutamente legítima diante das dezenas de milhões de dólares que a BMW dispende no desenvolvimento dos motores que equipam a Williams; 2) A BMW não falou uma palavra quando a Williams anunciou a contratação de Button – sequer esboçou-se a lembrança de que, com Webber e Button, a equipe não teria um piloto alemão. A BMW só exerceu seu direito de voto na definição do segundo piloto quando a escolha ficou limitada a dois que estavam claramente no mesmo nível.

Ou seja: não existe uma, mas várias razões para Pizzonia não ter sido escolhido. A preferência da BMW é apenas uma delas. Talvez nem seja a mais importante.

Minghe
17-02-06, 21:26
É estranho o Brasil, um pais com tantos motociclistas não ter um corredor internacional, exceto Alexandre Barros, nas categorias de ponta Européias. Talvez não tenhamos patrocinadores para tanto. A Honda ganha tanto dinheiro em cima de nós , Brasileiros, poderiam investir mais aqui. Talvez em São Paulo, por possuir Interlagos, tenham mais oportunidades, mas seria deficitário em relação aos Europeus. Poucos conhecem a história de Adú, particularmente eu apenas havia ouvido falar.

luciano streetfhather
18-10-10, 14:01
:D :D :D :D UP :D :D :D

Com certesa esse é mais um piloto mitológico, Edu Celso grande nome do motociclismo brasileiro :clap: :clap: :clap: :clap: :clap: :clap: :clap:

O brasil deveria ter mais imvestimento em pilotos de motovelocidade com tantas motos por aqui não temos um na motogp :d :d :d :d :d :d

Guilherme Rabelo
18-10-10, 14:17
:D :D :D :D UP :D :D :D

Com certesa esse é mais um piloto mitológico, Edu Celso grande nome do motociclismo brasileiro :clap: :clap: :clap: :clap: :clap: :clap: :clap:

O brasil deveria ter mais imvestimento em pilotos de motovelocidade com tantas motos por aqui não temos um na motogp :d :d :d :d :d :d


???????????

ou Adu Celso........... :G :G :G

luciano streetfhather
18-10-10, 14:20
???????????

ou Adu Celso........... :G :G :G
Adu Celso |:( obrigado pela correição valeu :OK: :OK: :OK:

Eduardo Toda
18-10-10, 14:34
Nos anos 70 eram os pioneiros Adu Celso "'Indio" e Walter Barchi "Tucano", esses caras foram OS CARAS...

luciano streetfhather
18-10-10, 20:56
Nos anos 70 eram os pioneiros Adu Celso "'Indio" e Walter Barchi "Tucano", esses caras foram OS CARAS...
Poie é mano bons tempos que não vivi :drool: :drool: :drool:

corsani
18-10-10, 22:04
talvez tenha cido o maior nome da motovelocidade do brasil , mas o curioso é que poucos sabem sobre ele. isso é uma coisa que deveria de ser mais visto por aqui.
tem paises que os idolos esportivos vivem do que fizeram e sempre aparecem em eventos a respeito do esporte.
por aqui depois que deixam na maioria das vezes são esquecidos e precisam arrumar outro meio de sustento e só são lembrados depois da morte ou se morrem em ação.

luciano streetfhather
19-10-10, 12:29
Com sertesa irmão :s :s :s :s :s :s :s

Joao XTZ
19-10-10, 18:26
maior não foi , mas ele e o alex estrelinha Barros , tem no minimo um empate , alex tbm tem vitórias mitologicas , jah vi o Adu de perto , em 2003 , no anhembi ...muito gente fina e voava no tempo que se andava de moto mesmo , não nas NSR e YZR que era bem mais seguras que as TZ (quase) de rua ...

valeu ;;;

XxUNOxX
19-10-10, 18:30
Com Certesa irmão :s :s :s :s :s :s :s


Bons tempo que eu ainda PRETENDO viver!

Manoel Araujo dos Passos
20-10-10, 21:42
Com Certesa irmão :s :s :s :s :s :s :s :s


Bons tempo que eu ainda PRETENDO viver!


:lol: :lol: :lol: :lol: :G :G :G :G :G