Quando discutiamos o valor do seguro obrigatório para motos, comecei a pensar também na necessidade das duas rodas no trânsito urbano. Em Brasília, até o final de 2007, vagas públicas vão ser cobradas para serem utilzadas. A quantidade de carros nas ruas aumentou muito e não há mais espaço pra estacionamentos. O pior é que, na maioria das vezes, só há o motorista num veículo de 5 lugares. O transporte público também é uma calamidade. É super lotado, os ônibus poluem muito e os empresários do setor não mantem uma boa quantidade de veículos para atender os seus usuários, para não diminuir seus lucros. Nesta situação, percebemos os usuários de transporte público e dos carros particulares criticarem os motociclistas, cobrando respeito e, muitas vezes, não respeitando quem dirige uma moto. O que não percebem é que, a moto, numa sociedade cada vez mais individualista, pode ser uma boa solução para um trânsito tão inchado, além, claro, de um transporte público que funcione direito.
Não é mais fácil uma vaga pra uma moto que uma pra um carro? Uma moto com seus 125cc não é menos poluente que um carro mil? Diante de tudo isto, nós, motociclistas, não deveriamos ser admirados e respeitados? Em Paris já há um serviço de mototaxi para executivos, onde o trânsito é caótico e as vagas raras.
Outra coisa que me chateia neste País é a quantidade de críticas que se ouve dos motoboys. Mas parece que todo mundo esquece que São Paulo, por exemplo, deve todo seu funcionamento a esses profissionais. E duvido muito que alguém neste fórum, ou em qualquer outro lugar, nunca tenha pedido uma pizza e exigido rapidez na sua entrega. Pra ser rápido, até onde eu entenda, tem que correr, mas quando correm na nossa frente, quando estamos no trânsito, reclamamos. Então tem que reclamar quando a pizza chega muito rápido também...Não é?
O mundo precisa de motos, pelo seu tamanho, pela sua economia, pela sua agilidade e pelos negócios que somente são possíveis por causa dela. Perguntem a qualquer empresário que usa serviços de motoboys se estou errado.