Teste Kasinski Comet GT250/GTR – 2010 “Por: Marcos Branco”

Por: Marcos Branco
Já vou começar dizendo….. esta motoca é show de bola, uma moto bem nascida, e isso é muito importante, mas falta desenvolvimento!!!! claro que não é uma moto perfeita, e precisa de alguns acertos, más são fáceis de resolver.

Pensei em fazer um teste comparativo entre ela e as mais conhecidas como Fazer 250, CB300, mas desisti, vou dar minha opinião, a Comet GT 250 está em outra categoria, acima.
Vou esclarecer: a Fazer e CB300 são motos mais para utilizar no dia dia para quem trabalha com moto (exemplo: vendedor, motoboy…), ou para ter a primeira moto.

Possuem desempenho inferior, porte menor; já a Comet GT250 eu classifico como uma moto não para marinheiros de primeira viagem, é uma moto que vai muito bem em estradas, médias boas de velocidades sem forçar motor, muito mais estável; é um modelo Naked sozinha no mercado na categoria, na minha opinião. É uma moto barata, “no mês de Dezembro/2009 está sendo comercializada por R$12.700,00″ e você pode pagar até 50X sem entrada.

Vamos para o desempenho: seu motor V2 é uma maravilha, nem parece uma 250cc, a começar pela aparência; nos quase 1.000Km que rodei, sempre vinha a pergunta “É UMA 600CC”?, e engana mesmo; pois tem um porte de 600cc….
Levei a moto para o dinamômetro, veja o vídeo



























Potência máxima no motor 27,7cv á 10.468 Rpm
Potência máxima na roda 23,1cv á 10.244 Rpm
Torque de 2,1Kgm á 8.641 Rpm
Velocidade máxima no velocímetro do dinamômetro 177Km/h á 11.500Rpm

Na estrada vai muito bem, motor não faz barulho, e até me surpreendi com desempenho; médias de 130 á 140Km/h vai numa boa, sem pedir a sexta marcha “que não tem”.

Motor tem uma aceleração suave e constante, pois possui pouco torque, mas ele gosta de giro, vira até 11.500Rpm quando o limitador entra em ação. A relação do cambio, muito bem escalonada é ideal para moto, com engates precisos.
Notei que o motor faz uma vibração bem aparente entre 4.000 á 6.000Rpm e depois ou antes destas rotações desaparece e fica suave, vale destacar que isso na minha opinião não é nada em comparação ao potencial desta bela moto.

Na estrada andando com cabo enrolado “com vontade mesmo”, ela fez 16,05Km/l, destacando que peguei subida de serra.
Fato que muitos não comentam e eu vou relatar, mesmo tirando tudo do motor, em trabalhos extremos ele ficou sequinho, sem ter aquelas suadas nas partes perto das juntas onde acumula poeira devido a um pequeno vazamento, o motor nem parecia que tinha andado no limite por muito tempo, isso não aconteceu nos teste com a CB300 e nem com a Fazer250 que mostraram partes suadas do motor; mais um ponto muito positivo para Comet GT250.
A velocidade máxima (no painel) que alcancei na pista em declive e claro abaixado quase dentro do painel “rsrsrs”, foi de 173Km/h , mas continuava crescendo, infelizmente tive que tirar a mão “Snif….”, pois acabava a reta; acredito que bateria +- 180Km/h até entrar limitador. Lembrando que esta velocidade seria numa descida e não no plano.
Em curvas de media/alta acima dos +- 130Km/h vou ser sincero, a moto balançava de mais, dando a impressão da torção do quadro, e eu tive que mexer nos recursos de regulagem que a moto oferecia, que era somente pressão da mola do amortecedor traseiro, mas o problema não era atrás e sim na parte da frente.

Ai comecei analisar, será que é a parte da frete do quadro que torce?…. e me surpreendi quando achei o problema… não era o quadro e sim a suspensão dianteira da moto, estava com velocidades de afundar e de retorno muito rápida, e isso atrapalha em curvas de media/alta, principalmente de raio longo, onde eu tinha que tirar a mão para não entrar em pendulo… Para resolver isso é fácil, ou tampar alguns furos da passagem de óleo da suspensão ou colocar óleo mais grosso. lembrando que o usuário normalmente não anda na maneira que testei a moto, e muitos nem percebem este problema.

Suspensão: Dianteira como relatei acima é fácil de resolver, destaque positivo “ela é invertida” como as motos speeds, a vantagem da suspensão ser invertida é que abaixa o centro de gravidade da moto, dando mais estabilidade e maneabilidade.

Na traseira, muito boa, não precisa mexer em nada, gostaria dar uma dica, não use a pressão da mola na regulagem com menos pressão, a moto fica muito mole, o ideal seria de media para cima. Este tipo de moto a suspensão tem que ser mais rígida, alias eu adoro…
Na cidade: Falando ao extremo, cito sempre trânsito caótico e congestionado de São Paulo. Apesar do tamanho, passa bem entre os carros, da para ir bem no corredor, com pouco de prática não atrapalha os MotoBoys , mas tem um problema, eu diria até infantil, por parte da fabricante.

A Moto não esterça, vira muito pouco por causa de um limitador. No trânsito onde tem que costurar em congestionamentos a moto não vira… e isso atrapalha demais., até para fazer manobras normais atrapalha. Não sei se limitaram por causa do local onde passa os cabos, sei lá, só sei que este limitador devera diminuir ou desgastar, para aumentar o curso. “mais um problema fácil de resolver”. Na cidade fez 17,48Km/l.

Conforto: Apesar de ser uma moto pouco dura, é até confortável. O piloto fica com os braços quase estendidos, banco é razoável, e quando se abaixa na pilotagem o tanque é uma cama, moldando bem o corpo. (posição de pilotagem é bem parecida com uma esportiva).

Para garupa, é mais complicado, claro que com este design moderno, o banco é pequeno, mas agora modelos 2010 possuem as alças para segurar, lembrando que o modelo anterior não tinha onde garupa segurar.
Posição das pedaleiras é um pouco alta, quem tiver pernas compridas fica um pouco desconfortável, mas no geral é bom para o estilo, só colocar espuma mas eficiente.

Design: no geral possui estilo super moderno, linhas belíssimas e anatômica, rabeta bem moderna e atual com belíssimos ledes na lanterna e luz freio, tanque largo e robusto, escapamento em inox muito bonito, só não gostei do farol dianteiro, não combina, com estilo moderno da moto, se fosse fabricante colocaria um tipo diamante para ficar perfeita no design.

Painel: lindo, moderno e funcional – contagiros analógico e velocímetro, marcador de combustível e hodômetro são digitais.

Freio: Não vou ficar enchendo lingüiça dizendo o que morde o disco, etc…. vou direto e reto; freios a disco na dianteira (1 disco) e traseira (1 disco), fazem seu papel , muito bem… quando utilizados ao extremo também, são razoáveis.
Conclusão: Adorei a moto, possui belo motor, para quem não tem $$$ para comprar uma Hornet, Z750…. a Comet GT250 é perfeita e se encaixa numa boa, com seu porte, desempenho e preço “R$12.700,00″ e ainda pode pagar até 50X sem entrada, só consultar alguma concessionária.

Pós venda, é bem melhor do que antes, com estoque de peças e atendendo melhor os clientes nas concessionárias.
Custo benefício excelente para uma 250cc com cara de 600cc, a grande sacada da Kasisnki foi não ter aparente a cilindrada da moto, despertando uma certa curiosidade de cilindrada. Essa eu compraria sem dúvida.
Sobre defeitos que relatei, eles são irrisórios e fáceis de resolver, pois moto perfeita não existe.