É ela que é a responsável pela queima da mistura ar/combustível. Na realidade, ela é a única testemunha de como foi que ocorreu a queima e, sendo assim, podemos através dela ficar sabendo se a regulagem do carburador e do ponto de ignição estão corretos.

Apesar de sua aparência simples, lembrando um parafuso elétrico, possui uma função muito importante, pois é ela que conduz a alta voltagem, vinda do sistema de ignição para o interior da câmara de combustão, para transformá-la em uma centelha (faísca) que vai inflamar a mistura ar/combustível.

A história da vela de ignição é bastante antiga, com mais de um século, pois seu desenvolvimento acompanha o desenvolvimento dos motores de combustão interna. Diversos são os tipos de velas de ignição, cada uma delas com a mesma função, porém de acordo com os motores em que serão instaladas.

Elas poderão ter diferentes comprimentos de rosca, além de diâmetro variado, sendo que algumas possuem até mesmo mais de um eletrodo lateral (para facilitar a faísca). Porém, o mais importante é o grau térmico da vela, pois é ele que vai garantir seu bom funcionamento: o grau térmico é importante, porque a vela sofre temperaturas elevadíssimas, pois no momento da explosão a mistura ar/combustível chega a alcançar cerca de 2.500 graus centígrados, fazendo com que a temperatura da vela se eleve para cerca de 850 °C. Em seguida, ela é resfriada pela admissão dos gases do carburador. Bem, para que a vela não fique “gripada” nesse resfriamento, é importante, então, a utilização de uma vela que possua dissipação de calor adequada ao veículo e ao uso a que vamos destiná-la.

Normalmente, a nossa querida moto sai de fábrica com a vela ideal para o tipo de motor que ela possui, porém nós é que vamos decidir que tipo de uso ela terá. Veja bem, se ela tiver um uso específico para competição, onde a rotação e a conseqüente temperatura elevada do motor forem uma constante, maior deverá ser a dissipação do calor gerado no motor, com a utilização de uma vela do tipo mais frio, que dissipará mais rapidamente o calor gerado.

A não utilização de uma vela mais fria ocasionará a fusão dos eletrodos, que poderão chegar a uma temperatura ao redor de 1.300 °C. É lógico que esta temperatura causará danos ao motor, e para que isso não ocorra, a utilização de uma vela mais fria é aconselhável. Da mesma forma que, se o uso da moto ficar resumido a pequenas distâncias, baixa velocidade, ou mesmo o uso em trânsito intenso, o motor não chegará na temperatura ideal de funcionamento, sendo que, nesses casos, é aconselhável o uso de uma vela mais quente.

Para facilitar as coisas para nós, simples mortais, a própria numeração da vela determinará o seu grau térmico. Normalmente o número impresso na vela é igual ao da rotação ideal do motor, ou seja, se o número da vela for 7, significa que esse motor funciona normalmente a uma rotação máxima de cerca de 7.000 rotações por minuto. Lógico que isto não é regra, porém serve para que possamos entender melhor o número colocado na nossa vela (independente das letras que estão junto aos números).

É bastante comum que em motores de dois tempos a vela acabe por se queimar, devido ao acúmulo de carvão na porcelana de isolamento. Neste caso, devemos efetuar a troca da vela e verificar se a carburação e o ponto de ignição estão corretos, e, em caso afirmativo, devemos optar por uma vela um ponto mais quente para aumentarmos a temperatura interna do motor, fazendo com que a vela elimine por si própria o carvão decorrente da combustão.
Para saber mais:
- Renato Gaeta
http://www.ngkntk.com.br/direct/p4.html